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Deus costuma usar a solidão

Posted by Manu Mattos on 30.5.09 in

Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.

Fernando Pessoa

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Bontà inesausta

Posted by Manu Mattos on 29.5.09 in


Chi ti dice
bontà
della mia montagna? -
così bianca
sui boschi già biondi
d'autunno -

e qui nebbie leggere alitano
in cui sospesa
è la luce dei ragnateli -
della rugiada
sulle foglie morte -

mentre il terriccio accoglie
petali stanchi di ciclamini
e crochi, velati
di uno stesso pallore
roseo -

tu sana, venata di sole,
porti sul grembo
il cielo tutto azzurro -
chiami voli d'uccelli
alle tue mani
colme di vento -

Bontà
a cui beve il suo canto
il cuore
e di cantare non può più finire -
perché sei la sorgente che rifà
il sorso bevuto
ed il suo fondo
non si tocca mai.

Antonia Pozzi

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TUTTA GRAZIA E TUTTA SFUMATURE

Posted by Manu Mattos on 28.5.09 in

...Eppure gli occhi suoi, occhi d'angelo,
sanno, senza pensarvi,
svegliare il desiderio strano
di un bacio immateriale....

Paul Verlaine

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L'infinita

Posted by Manu Mattos on 25.5.09 in

Vedi queste mani? Han misurato
la terra, han separato
i minerali e i cereali,
han fatto la pace e la guerra,
hanno abbattuto le distanze
di tutti i mari, di tutti i fiumi,
e tuttavia
quando percorrono
te, piccola,
grano di frumento, allodola,
non riescono a comprenderti,
si stancano raggiungendo
le colombe gemelle
che riposano o volano sul tuo petto,
percorrono le distanze delle tue gambe,
si avvolgono alla luce della tua cintura.
Per me sei un tesoro più colmo
d'immensità che non il mare e i grappoli,
e sei bianca e azzurra e vasta come
la terra nella vendemmia.
In questo territorio,
dai tuoi piedi alla tua fonte,
camminando, camminando, camminando,
passerò la mia vita."

Pablo Neruda

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PARA PINTAR O RETRATO DE UM PÁSSARO

Posted by Manu Mattos on 22.5.09 in

Primeiro pintar uma gaiola
com a porta aberta
pintar depois
algo de lindo
algo de simples
algo de belo
algo de útil
para o pássaro
depois dependurar a tela numa árvore
num jardim
num bosque
ou numa floresta
esconder-se atrás da árvore
sem nada dizer
sem se mexer…
Às vezes o pássaro chega logo
mas pode ser também que leve muitos anos
para se decidir
Não perder a esperança
esperar
esperar se preciso durante anos
a pressa ou a lentidão da chegada do pássaro
nada tendo a ver
com o sucesso do quadro
Quando o pássaro chegar
se chegar
guardar o mais profundo silêncio
esperar que o pássaro entre na gaiola
e quando já estiver lá dentro
fechar lentamente a porta com o pincel
depois
apagar uma a uma todas as grades
tendo o cuidado de não tocar numa única pena do pássaro
Fazer depois o desenho da árvore
escolhendo o mais belo galho
para o pássaro
pintar também a folhagem verde e a frescura do vento
a poeira do sol
e o barulho dos insetos pelo capim no calor do verão
e depois esperar que o pássaro queira cantar
Se o pássaro não cantar
mau sinal
sinal de que o quadro é ruim
mas se cantar bom sinal
sinal de que pode assiná-lo
Então você arranca delicadamente
uma das penas do pássaro
e escreve seu nome num canto do quadro.


de “Paroles” (1945)

Jacques Prévert

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Nelle nuvole

Posted by Manu Mattos on 22.5.09 in

Lei si nasconde tra le lettere
tra tutte le parole non dette
Secondo lei, le storie belle
sono quelle inventate,
quindi inventa il suo amore.
Solo sà sorridere quando
il sole brucia il suo viso
Beh, le piace il rischio...
Passa ore a pensare cose strane
come mangiare petali rossi,
perchè...
hanno colore di sangue
come tuffarsi nelle nuvole,
perchè...
la vita è già così pesante.
Cerca di capire cosa non và,
cerca di capire ciò che non sà,
ma quegli occhi di mare
non ammettano mai che
a me vogliono amare...

Bruna Ross

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La vita è sogno

Posted by Manu Mattos on 20.5.09 in ,

E che succederebbe se la nostra vita nello stato di veglia, come il nostro sonno, non fosse che un sogno in questa vita eterna, in cui noi non ci sveglieremo che al momento della morte?... E tutta questa scena di teatro della nostra vita sulla terra, ove noi sembriamo essere degli attori così occupati, e i ruoli che interpretiamo non hanno più sostanza che l'ombra di un'ombra, e il fatto di sognare non è che un sogno all'interno di un sogno!

Pedro Calderon de la Barca


La vita è sogno (titolo originale La vida es sueño) è un dramma filosofico-teologico in tre atti e in versi scritto nel 1635 da Pedro Calderón de La Barca (1600-1681), secondo genio teatrale spagnolo dopo Lope de Vega e anche l'ultima voce del Secolo d'oro.L'opera è stata definita dalla critica come una versione cristiana dell'Edipo: al posto dell'incesto vi è la morte della madre del principe Sigismondo, avvenuta durante il parto e quindi causata indirettamente da lui stesso; all'assassinio del padre si sostituisce una sconfitta in battaglia. Manca inoltre il finale tragico.

0

Tuas mãos

Posted by Manu Mattos on 19.5.09 in


Quando tuas mãos saem,
amada, para as minhas,
o que me trazem voando?
Por que se detiveram
em minha boca, súbitas,
e por que as reconheço
como se outrora então
as tivesse tocado,
como se antes de ser
houvessem percorrido
minha fronte e a cintura?

Sua maciez chegava
voando por sobre o tempo,
sobre o mar, sobre o fumo,
e sobre a primavera,
e quando colocaste
tuas mãos em meu peito,
reconheci essas asas
de paloma dourada,
reconheci essa argila
e a cor suave do trigo.

A minha vida toda
eu andei procurando-as.
Subi muitas escadas,
cruzei os recifes,
os trens me transportaram,
as águas me trouxeram,
e na pele das uvas
achei que te tocava.
De repente a madeira
me trouxe o teu contacto,
a amêndoa me anunciava
suavidades secretas,
até que as tuas mãos
envolveram meu peito
e ali como duas asas
repousaram da viagem.

Pablo Neruda

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La vita nuova

Posted by Manu Mattos on 18.5.09 in

In that book which is
My memory . . .
On the first page
That is the chapter when
I first met you
Appear the words . . .
Here begins a new life

Dante Alighieri

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The dry land

Posted by Manu Mattos on 18.5.09 in

A soft comfort on a cold bus
and Arizona passes me by.
The fake desert of cow-grass and brown
misleads from the sky.
Abandoned hills give home
to the sunset of sweet orange
and an indescribable glow
to which I am now so much closer.
The canyon in its grandeur
truly is a mystic;
an overwhelming beast
not tangible, touchable,
but there just the same.
And Sedona with her red Earth,
pushed upward toward the sky
shows in all her glory
how Mother Nature is kind.

Jordan Scott

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Felicidade

Posted by Manu Mattos on 17.5.09 in ,

Felicidade é zelo e perspicácia.
É o olhar que se encanta
Admirando pétalas amarelas de acácia
Atapetando o chão,
É o canto do sabiá
Modulando as batidas do coração...
É o sorriso que ilumina o rosto
Participando de bucólico cenário...
É o abraço amigo,
Seguro abrigo...
É o roçar de lábios que se atraem
Num encontro de amor...
Ah! É a doçura do beijo
Num ondulante arpejo
Mel da paixão!

Felicidade é quando assim...
Você sorri pra mim
Quando para ti olho
E me vejo nos teus olhos
É o começo do dia ouvindo a passarada
Anunciando uma nova jornada
É o cair da noite...
Trazendo uma lua prateada
É a chuva miúda...
Trazendo vida...
O passar dos anos...
Sempre fazendo planos
É prosseguir...
Mesmo quando não se sabe pra onde ir
Felicidade é sonhar acordada!

É estar sempre se encantando
Com o sol, as estrelas, o mar
Com o perfume da flor
Espalhando-se pelo ar
É a doação do amor,
A quem por ti passar...
É a mão estendida com delicadeza
Oferecendo o pão...
É o exercício do perdão...
É a alegria brotando do coração
Enraizando-se como árvore milenar
No veio da terra,
Nos campos e serras!

Felicidade são as pequenas coisas da vida...
Que sentidas... Transcendem o limite da razão!

Carmen Cecília & Carmen Vervloet

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Precisa de mim?

Posted by Manu Mattos on 14.5.09 in ,

Você precisa de mim?
Se a resposta for sim, eu estou aqui.
Quero que você olhe para mim e se sinta confortável,
que veja toda segurança e paz que precisa,
segure a minha mão e se sinta mais calmo,
que ao me abraçar você possa desabar tudo que sente.

Se você ainda precisar de mim,
estarei aqui,
nem que seja só para te escutar falar,
que sua vida não anda como você deseja,
mesmo sabendo que é assim que a vida é,
te escutarei sem julgamento, sem desprezo e indignação.

Se você ainda quiser minha presença,
ficarei ali só te abraçando,
te fazendo carícias até você perceber que alguém te ama,
nota que nada está perdido,
o silêncio irá reinar entre nós
e nos meus olhos você irá encontrará todo amor que precisa.

Se ainda persistir no sofrimento,
ti darei palavras amigas,
buscarei as frases mais lindas que li dos livros,
e as mais sinceras que tirarei do coração.
Mas si não precisar de mim,
te deixarei sozinho,
com seus pensamentos livres para qualquer sentimento,
menos a solidão,
pois estou com você de qualquer forma que seja,
seja como uma leve brisa que te toca em um dia quente,
como a estrela mais brilhante do céu
ou como um sorriso de uma pequena criança
que irá te encantar e te fará perceber que não estarás sozinho.
Não importa o momento,
o acontecimento
ou onde eu esteja
sempre estarei com você.

Tu que és a pessoa que eu mais amo,
não deixarei apagar o sorriso que me faz sorrir também,
não deixarei sumir a esperança de um dia melhor,
luz que me ilumina nunca te deixarei apagar.

Se um dia precisar de mim,
clame meu nome ou mentalize minha presença,
toda sua angústia, tristeza ou agonia
estará comigo também,
não me deixe fora dos acontecimentos
que fizerem chorar ou desacreditar em algo melhor,
estou com você na alegria na tristeza,
na saúde na doença,
na riqueza ou na pobreza
e nem a morte nos separará.

Autor desconhecido

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Confusão de Sentimentos

Posted by Manu Mattos on 14.5.09 in ,



A vida seria muito mais simples se nossos sentimentos fossem calmos e serenos.
Talvez porém, a vida seria monótona e sem graça.
Mas nossos sentimentos invariavelmente mergulham em um mar de confusão.
Nos vemos arrebatados por fortes e violentos ventos que muitas vezes nos deixam perplexos e sem ação.
Sentimentos, como é maravilhoso tê-los;
Sentimentos, como é difícil entendê-los;
Sentimentos, como é impossível conte-los.

Rozeli Mesquita

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Capacità di critica

Posted by Manu Mattos on 13.5.09 in ,
Acquistiamo il diritto di criticare severamente una persona solo quando siamo riusciti a convincerla del nostro affetto e della lealtà del nostro giudizio, e quando siamo sicuri di non rimanere assolutamente irritati se il nostro giudizio non viene accettato o rispettato. In altre parole, per poter criticare, si dovrebbe avere un'amorevole capacità, una chiara intuizione e un'assoluta tolleranza.

Mohandas Karamchand Gandhi

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As palavras/ Le parole

Posted by Manu Mattos on 13.5.09 in

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade


LE PAROLE

Sono come un cristallo,
le parole.
Alcune, un pugnale,
un incendio.
Altre,
rugiada appena.

Segrete vengono, piene di memoria.
Insicure navigano:
barche o baci,
agitano le acque.

Abbandonate, innocenti,
leggere.
Tessute sono di luce
e sono la notte.
E persino pallide
ricordano ancora verdi paradisi.

Chi le ascolta? Chi
le raccoglie, così,
crudeli, disfatte,
nei loro gusci puri?

traduzione di Mariangela Semprevivo

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All'antropologo degli amori miei

Posted by Manu Mattos on 12.5.09 in

All'antropologo degli amori miei,
se fossi intervistato, narrerei
che una parte grande dell'unione
è stata nelle mosse della passione

e un'altra nei silenzi melodiosi
in cui ci immergevamo, luminosi,
nell'attimo reciproco e comune,
inunandosi in mare le due lune.

Ma poi, per completare la teoria,
rivelerei che forse, più ancora,
il punto forte della nostra unione

erano certi giochi d'allegria:
quella risata splendida e sonora
in cui mescolavamo le persone.


Roberto Piumini

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Spring is like a perhaps hand

Posted by Manu Mattos on 11.5.09 in

III

Spring is like a perhaps hand
(which comes carefully
out of Nowhere)arranging
a window,into which people look(while
people stare
arranging and changing placing
carefully there a strange
thing and a known thing here)and

changing everything carefully

spring is like a perhaps
Hand in a window
(carefully to
and fro moving New and
Old things,while
people stare carefully
moving a perhaps
fraction of flower here placing
an inch of air there)and

without breaking anything.

E. E. Cummings

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TPM

Posted by Manu Mattos on 11.5.09 in

Se não me entendes, que importa?
Nem eu me entendo.
Quem sou,
senão o que quero
E o que não quero
O que almejo
E o que odeio, o que ignoro;
Que sou, senão desejo
Se eu beijo
A vida
E choro?

Que ser mulher é debruçar-se
Na incerteza,
No sangue e na poesia
Que sobeja,
Insustentável, incontida
A leveza
Do ser
Mulher.

Roberto Amorim

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Risplendere di un sole

Posted by Manu Mattos on 10.5.09 in

Risplendere di un
sole prepotente
dentro la pelle
nessuna assenza
è vera ombra
se quel raggio implode
e illumina te.

Autor desconhecido

2

Al di là di te

Posted by Manu Mattos on 8.5.09 in

Al di là di te
ti cerco.
Non nel tuo
specchio
e nella tua scrittura,
nella tua anima nemmeno.
Di là,
più oltre.

Pedro Salinas

0

Il respiro continuo del mondo

Posted by Manu Mattos on 6.5.09 in

Dammi la mano: ora ti racconterò come sono entrata nell'inespressivo che è sempre stato la mia ricerca cieca e segreta. Come sono entrata in quello che esiste tra il numero uno e il numero due, come ho visto la linea di mistero e di fuoco che è la linea clandestina. tra due note musicali esiste una nota, tra due fatti esiste un fatto, tra due granelli di sabbia per quanto uniti esiste un intervallo di spazio. Esiste un sentire che sta in mezzo al sentire - negli interstizi della materia primordiale passa la linea di mistero e di fuoco che è il respiro del mondo, e il respiro continuo del mondo è ciò che noi udiamo e chiamiamo silenzio.


Clarice Lispector


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Saudade...

Posted by Manu Mattos on 5.5.09 in

Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
que a presença é pouco:
quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Clarice Lispector

0

Mi hai fatto senza fine

Posted by Manu Mattos on 5.5.09 in

Mi hai fatto senza fine
questa è la tua volontà.
Questo fragile vaso
continuamente tu vuoti
continuamente lo riempi
di vita sempre nuova.

Questo piccolo flauto di canna
hai portato per valli e colline
attraverso esso hai soffiato
melodie eternamente nuove.

Quando mi sfiorano le tue mani immortali
questo piccolo cuore si perde
in una gioia senza confini
e canta melodie ineffabili.
Su queste piccole mani
scendono i tuoi doni infiniti.
Passano le età, e tu continui a versare,
e ancora c'è spazio da riempire.

Tagore

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Afán para no separarme de ti...

Posted by Manu Mattos on 3.5.09 in

Afán para no separarme de ti,
por tu belleza, lucha por no quedar en dónde quieres tú,
aquí en los alfabetos, en las auroras, en los labios.
Ansia de irse dejando atrás anécdotas, vestidos, caricias,
de llegar atravesando todo lo que en ti cambia,
a lo desnudo y a lo perdurable.
Y mientras siguen dando vueltas y vueltas, entregándose,
engañándose, tus rostros, tus caprichos y tus besos,
tus delicias volubles, tus contactos rápidos con el mundo,
haber llegado yo al centro puro, inmóvil, de ti misma,
y verte cómo cambias, y lo llamas vivir,
en todo, en todo si, menos en mí, dónde te sobrevives.

Pedro Salinas

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L'arancia

Posted by Manu Mattos on 1.5.09 in

Un'arancia sulla tavola
Il tuo vestito sul tappeto
E nel mio letto tu
Dolce presente del presente
Freschezza della notte
Calore della mia vita.

Jacques Prévert

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